Grito de Alerta

Náutico perde mais uma

        O Náutico mostrou boa consistência defensiva durante quase cem por cento do jogo, mas num dos poucos vacilos do sistema defensivo tomou um gol de contra-ataque que custou a derrota para o ABC por 1x0, neste sábado (25), no Frasqueirão, em Natal. A equipe pernambucana volta a jogar na próxima terça, contra o Duque de Caxias, em Macaé-RJ.        Bem que o ABC tentou encurralar o Náutico no princípio do jogo, aliás como procuram fazer todos os times mandantes. mas o timbu entrou com disposição para marcar bem no meio de campo - contando até com a ajuda dos atacantes Kieza e Philip - e evitar o sufoco. Conseguiu.            Porém esse equilíbrio fez com que o jogo restringisse suas ações ao setor de meio de campo. Quando rondavam a área adversária os dois times não conseguiam concluir. Tanto que o Náutico construiu sua jogada mais perigosa numa cobrança de falta de Eduardo Ramos, aos oito. A bola foi na rede pelo lado de fora. Já o ABC veio responder com um chute de fora da área por intermédio de Cascata, aos 12. Ela passou raspando a trave direita de Glédson.

O Náutico também assustou de fora da área, aproveitando um momento de liberdade do volante Elicarlos, aos 16 minutos. Ele chutou, goleiro Wellington deu rebote e Leonardo chegou antes de Philip para mandar para longe. O segundo momento de liberdade do camisa 7 do Náutico configurou-se na melhor oportunidade de gol até o momento. Ele lançou Kieza na esquerda, o centroavante cruzou e Elicarlos concluiu, caindo, em cima da zaga.

        Como os dois atacantes também ajudavam na marcação, o Náutico quase sempre aparecia com um de seus volantes livres para puxar os contra-ataques. Aos 28 foi a vez de Derley chutar forte mas em cima do goleiro. O ABC de seu lado, não perdoou na primeira vez que teve um contra-golpe a seu favor. Aos 34, Marcus Vinícius recebeu nas costas de Aírton e cruzou rasteiro. Leandrão apareceu na marca do pênalti e mandou para as redes.       No restante da etapa, o timbu não mudou sua forma de jogar, até porque o gol adversário saiu num lance circunstancial - e que não se repetiu no restante da etapa. Os lances arriscados saíram mais de fora da área por intermédio de Philip, todos para fora.            O timbu voltou para o segundo tempo com Ricardo Xavier no lugar de Philip. E as melhores jogadas criadas nos primeiros dez minutos saíram dos pés do recém-chegado ao jogo. Aos sete minutos, ele tabelou com Kieza e este chutou forte, obrigando Wellington a fazer grande defesa. Apenas três minutos depois, o própiro xavier girou bem na frente de um marcador e tentou o canto esquerdo. A bola passou raspando a trave.

Porém, a sequência que se esperava de um Náutico mais presente no campo do adversário não se concretizou. Muito pela falta de criatividade no meio de campo. Eduardo Ramos jogava muito próximo dos atacantes e, sem espaço, quase não criou. Sobrou para Derley arriscar algumas descidas pelo lado direito. Por três vezes ele conseguiu levar perigo.


Enquanto isso, o camisa 10 do ABC, Cascata, tinha liberdade para fazer o que queria. Praticamente todas as investidas do time potiguar ganhavam o "carimbo" do meio-campista. Menos mal para os timbus que sua defesa estava quase sempre bem posicionada, ao contrário de outras épocas.

       A partida ganhou contornos e drama aos 32 minutos, quando Elionar Bombinha tomou o segundo amarelo e foi expulso. Era a hora de o Náutico partir para o ataque. Mas com quem? O técnico Waldemar Lemos não foi ousado para lançar Alex Sandro e preferiu trocar a lateral direita. O apagado Neno deu lugar e Rodrigo Heffner.        Com um lateral-direito em má fase, sem lateral-esquerdo (já substituído) e com seu principal articulador completamente anulado o Náutico não conseguiu levar vantagem pelo adversário ter um jogador a menos. As coisas pioraram aos 42, quando Éverton também foi expulso ao tomar o segundo amarelo. Em dois contra-ataques, o ABC chegou bem perto de ampliar, com Malaquias e Renatinho.